Índice perdeu força no último mês de 2024 com alívio na conta de luz. Ainda assim, preços subiram 4,71% em 12 meses, com pressão de alimentação e bebidas
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que funciona como uma prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,34% em dezembro, após alta de 0,62% no mês anterior, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, dia 27. Por outro lado, os preços dos alimentos e bebidas subiu 1,47% no mesmo período. No ano, o salto foi de 8% no setor.
A maior pressão veio da alimentação no domicílio, que registrou variação de 1,56% em dezembro, com aumentos do óleo de soja e carnes. A alimentação fora do domicílio, por sua vez, acelerou 1,23%.
A desacelaração veio principalmente do alívio na conta de luz devido à mudança da bandeira amarela para verde, quando não há cobrança extra na conta de luz. Com isso, a energia elétrica residencial recuou 5,72% em dezembro.
O grupo Habitação, no qual está incluído o gasto com eletricidade, recuou 1,32%. Foi a maior queda entre os grupos pesquisados.
A Black Friday, época de promoções do varejo que começa na última semana de novembro e em muitos casos vai até meados de dezembro, foi outro fator que fez com que alguns preços ficassem mais modestos no mês.
Acima do teto
Mesmo com o fôlego, o índice fechou 2024 apontando uma inflação prévia de 4,71%. Isso significa que os preços subiram neste ano mais que o teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Quando a taxa estoura o teto, ou seja, 4,5%, o presidente do Banco Central é obrigado a divulgar uma carta aberta explicando os motivos de não ter cumprido o objetivo fixado para o ano. Analistas projetavam avanço mensal de 0,45% e de 4,82% em 12 meses, segundo consenso da Bloomberg.
